quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A QUESTÃO CENTRAL EM EDUCAÇÃO É A QUALIDADE

Por diversas vezes o Ministro Nuno Crato tem afirmado que a avaliação dos professores não é o problema fundamental da educação.
Desta vez, estou de acordo. A questão central em educação é a qualidade do trabalho de alunos, professores e funcionários, para além das famílias, num outro plano.
A existência do MEC é justificada pela necessidade de organizar, apoiar, regular e estimular os grandes princípios e dispositivos de suporte a todo este trabalho. Do meu ponto de vista tem sido aqui que reside a questão central da educação, ou seja, o que temos assistido é à deriva das políticas educativas, traduzidas em medidas avulsas muitas vezes incompetentes, insustentáveis e incompreensíveis, tentativas de reforma em várias direcções, quase nunca avaliadas e tudo isto assente numa máquina pesadíssima, burocratizada e ineficaz cuja forma de funcionar alimenta a sua própria existência. Aliás, há uns meses atrás o Ministro defendia a implosão do Ministério.
Por outro lado, a educação, pelo impacto social e dimensão do seu universo, tem sido nas últimas décadas um espaço permanente de crispação decorrente da afirmação dos interesses partidários decorrentes dos contextos políticos produzidos pela partidocracia em cada momento histórico. Tal situação tem transportado para a escola um universo de ruído e crispação que, obviamente, é mais um enorme constrangimento, ao trabalho de qualidade dos alunos, professores e funcionários.
É evidente a necessidade de discutir as políticas educativas e, certamente, existirão diferentes entendimentos, é desejável e promotor do desenvolvimento. A questão é que, em muitas circunstâncias, não se discutem políticas educativas mas defendem-se interesse corporativos. Nesta matéria, provavelmente, todos teremos responsabilidades.
De facto, avaliação dos docentes não será a questão fundamental da educação. Mas a justiça, a equidade, a promoção do mérito, a defesa da qualidade na seu trabalho são aspectos essenciais e imprescindíveis.

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