segunda-feira, 28 de junho de 2010

SENTIMENTO DE COMUNIDADE

Os resultados de um estudo a divulgar hoje na Gulbenkian mostram dados interessantes sobre a nossa realidade. Sem surpresa, vai ao encontro dos dados disponíveis, cerca de um quinto dos portugueses vive em risco de pobreza e com dificuldade em pagar os compromissos. É também afirmado que 57% das famílias inquiridas vive com menos de 900 euros por mês e mais de 50% considera que o ordenado que recebe é injusto. Esta situação de dificuldade em respeitar compromissos, começa também afectar agregados familiares compostos por indivíduos escolarizados com situações precárias de emprego com rendimentos globais entre 379 e 799 euros, acima do limiar de pobreza e que representam cerca de 31% dos agregados familiares.
Apesar deste quadro complicado, os inquiridos revelam-se satisfeitos, 6 num escala de 10, e felizes, 7,3 numa escala de 10. O que me parece mais interessante é que num quadro económico bem negro as fontes identificadas dos níveis positivos de satisfação e felicidade são a família e os amigos.
Este indicador é particularmente significativo se considerarmos que temos vindo a assistir a um reordenamento das relações sociais e nos estilos de vida, e a uma dispersão das famílias no sentido da família alargada. Talvez ainda não tenhamos pedido completamente o sentimento de comunidade que considero, aliás, mais um bem de primeira necessidade.
É bom.

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