Há umas semanas escrevi aqui, "Ouvi num noticiário televisivo e não percebi se era intenção do governo e a nível nacional ou se apenas uma iniciativa da Misericórdia de Lisboa, a ideia de apoiar famílias que acolhessem idosos. Assim, o apoio e parte do valor da pensão dos idosos seriam direccionados para famílias que o recebessem evitando que sejam emprateleirados em lares ou permaneçam isolados a morrer devagarinho de solidão. Também não consegui perceber se esta iniciativa poderia envolver a família do próprio idoso. Neste quadro, creio que poderia ser estudado no âmbito da Segurança Social a possibilidade, generalizada ao país, de que a própria família do idoso pudesse ser subsidiada se mantivesse a pessoa consigo. Esse subsídio seria calculado com base nos apoios que o estado destina às instituições de solidariedade social que recebem idosos. Quero acreditar que muitas famílias tendo algum apoio que lhes permitisse, por exemplo, pagar algumas horas a alguém, quereriam ter os seus velhos consigo".
Hoje e a propósito de um trabalho do Público evidenciando o crescimento do número de famílias que se disponibilizam para ficar com os seus idosos porque a respectiva pensão é fundamental para o equilíbrio do orçamento familiar, creio que apesar deste risco, os idosos constituírem uma fonte de rendimento e não verem assegurados níveis mínimos de bem-estar, a via de manter os idosos em família deve ser incentivada.
Por um lado, porque o facto de estar em instituições não garante só por si qualidade no cuidados e, por outro lado, sendo optimista, ou eventualmente ingénuo, continuo a acreditar que a generalidade das famílias quer bem aos seus velhos.
É óbvio que se exige serviços de regulação e supervisão desta situações, tal como em situações de violência doméstica, maus tratos a crianças, etc., mas este é um caminho para, desculpem a invenção, a "re-humanização" necessária.
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