O DN de hoje aborda uma questão muito interessante, que aliás, vem a público com alguma frequência e que vista ainda na proximidade do Dia Mundial da Criança parece mais pertinente.
Trata-se da forma como decorrem os processos que envolvem o abuso sexual de crianças. O número de casos investigados está a aumentar, verificaram-se mais 13.91% no ano passado que no ano anterior e representa mais de metade dos casos de crime sexual.
No processo de investigação as crianças vítimas são ouvidas em média oito vezes o que é um assombro. Quase parece dispensável a necessidade de referir como é violento e capaz de deixar marcas profundíssimas solicitar a uma criança que repetidas vezes relate, relembre e "viva" a situação dramática porque passou.
Embora na fase de julgamento a criança vítima esteja dispensada de declarações, evitando o confronto com o agressor, na fase de inquérito e como diz o Procurador-geral da República, a criança será ouvida as vezes que o Procurador do Ministério Público entender por bem.
Este cenário não deveria manter-se, torna-se urgente a sua alteração. O problema é que, provavelmente, esta questão, o bem estar de miúdos vítimas de abusos, não passa de irrelevante pormenor no mundo dos problemas que nos afligem. Como tudo na vida trata-se de uma questão de prioridades.
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