Por diversas vezes tenho referido no Atenta Inquietude a importância de umaa dimensão psicológica, a confiança. Esta importância verifica-se em termos individuais, quando nos sentimos confiantes, sentimo-nos mais capazes, verifica-se em termos de grupo, a título de exemplo, uma equipa de futebol confiante será seguramente mais eficaz, verifica-se de forma genérica em qualquer instituição e, finalmente, poderemos também dizer que sociedades mais confiantes sentir-se-ão mais capazes de enfrentar dificuldades.
Assim sendo, parece importante que as lideranças, entre todas as suas competências e acções, sejam capazes e competentes no sentido de transmitir confiança. Acontece que as nossas lideranças, em matéria tão importante, subordinam, como sempre, as suas acções aos interesses imediatos, sobretudo partidários, ou seja, basicamente, quem governa faz discursos excessivamente optimistas, que muitas vezes parecem negar a realidade, pintando-a de rosa e quem está na oposição produz discursos e visões catastrofistas. Como é óbvio, os cidadãos têm cabeça, qualquer dos discursos por lhes não ser reconhecida credibilidade, são um péssimo contributo à confiança realista e informada que precisamos de sentir face a dificuldades e a desafios complexos.
Parece-me desejável que as lideranças entendessem esta questão que não creio, aliás, ser particularmente difícil de perceber. As recentes trocas de “opiniões” sobre a realidade portuguesa entre Governo e Presidência da República são bons exemplos do quadro que descrevi.
Para finalizar com um exemplo que transmite confiança, em 2009, um ano negríssimo, segundo o World Wealth Report, surgiram 600 novos milionários, um aumento de 6%. Convenhamos que é animador, se num ano tão complicado, produzimos umas centenas de novos milionários, imagine-se em tempos melhores.
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