quarta-feira, 9 de junho de 2010

PORTUGALIDADE

Nem a propósito do alarido típico da nossa aldeia desencadeado pelo presidencial conselho de que as feriazinhas se deveriam passar em Portugal para poupar nas importações, a que se seguiu o cauteloso e lúcido alerta do ministro da economia para o facto de os outros senhores presidentes e primeiros-ministros poderem aconselhar o mesmo aos seus respectivos povos, hoje aconteceu-me um episódio que acho interessante.
De há muito que aqui em casa procuramos consumir, fundamentalmente ao nível dos bens alimentares frescos que não vêm do meu Alentejo, o que é produzido em Portugal, é bonito e patriótico, já que não nos envolvemos com a selecção de futebol que, no mínimo, vai ser campeã mundial com a banda sonora fornecida pela insuportável e portuguesa vuvuzela, compramos nacional, sempre que podemos.
Então, como ia contando, hoje, no minimercado do costume aqui no bairro, ocorreu este diálogo delirante.
Sr. Leonel, estão aqui estes pêssegos espanhóis e ali uns que são portugueses, pode dar-me um quilo desses que eu não lhes chego bem e prefiro os portugueses, se faz favor.
Mas estes pêssegos não são portugueses.
Mas está escrito que são.
Mas não são, se quer fruta portuguesa leve estes damascos.
Mas Sr. Leonel, diz no papel que são espanhóis.
E eu ligo lá a isso.
Notável. Como diz a publicidade, poderíamos viver sem estas cenas, mas não era a mesma coisa.

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