sábado, 12 de junho de 2010

OS EFEITOS TERAPÊUTICOS

De há uns anos para cá têm surgido referências ao bem-estar, ao efeito terapêutico, até quase ao nível do milagre que muitíssimas fontes nos podem proporcionar e aos mais variados níveis.
Multiplicam-se as chamadas de atenção para actividades de proveniência mais ou menos exótica que fazem bem a tudo e mais alguma coisa.
Descobrem-se as inúmeras propriedades terapêuticas ou, mais simplesmente, promotoras de bem-estar de mil e uma plantas ou produtos mais ou menos sofisticados e com as mais diversas origens.
Apregoam-se a os efeitos extraordinários de aromas e objectos.
Todos os dias conhecemos novas propostas à nossa disposição em requintados espaços que criam um menu infindável de cuidados com lamas e águas e uma combinação inesgotável de soluções que nos transformam noutros seres.
Dizem-nos que os animais têm uma enorme capacidade de nos fazer melhores em múltiplos aspectos. Conhecem-se, por exemplo, referências aos golfinhos, cavalos e a outros animais de companhia.
Uma primeira nota que ao ir constatando tamanha oferta sempre me ocorre e me faz pensar, é sobre o que temos vindo a fazer dos nossos estilos de vida que nos tornou permeáveis e instalou em nós a necessidade de nos envolvermos e nos convencermos de que tudo isto, no todo ou em parte, é A solução, seja para o que for.
Uma outra nota que me parece importante, independentemente do recurso a tal oferta, é não esquecer o papel das pessoas no nosso bem-estar. Tendemos a viver cada vez mais isolados ainda que escondidos em imensa redes sociais com inúmeros amigos. Parece importante não esquecer que o essencial do nosso bem-estar advém das relações com os outros, gostar e ser gostado, respeitar e ser respeitado, ser conhecido e reconhecido, conhecer e reconhecer, ajudar e ser ajudado, falar e escutar, estar atento e receber atenção, manter a dignidade e proteger a dignidade dos outros, etc.
O resto, desculpem lá, é ocupação de tempos livres, de melhor ou pior qualidade.

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