terça-feira, 3 de novembro de 2009

QUE FAZER COM O MODELO?

Como era previsível aí está o primeiro grande teste parlamentar. Que fazer com a avaliação de professores? Dando como adquirido que a situação existente é insustentável e inaceitável, trata-se de perceber qual o caminho para a mudança. Um primeiro cenário, mais óbvio, mais pacífico, seria o estabelecimento de uma base de entendimento com algum ou alguns dos partidos da oposição, o CDS já manifestou essa disponibilidade que aliás lhe permite marcar o terreno de liderança de uma oposição responsável. Este cenário obrigaria, do meu ponto de vista, a que o PS se sujeitasse a engolir uma carrada de sapos, ou seja, depois de uma “guerra” instalada na rua e nas escolas, com uma teimosa e arrogante persistência num modelo que pela incompetência e burocracia estava condenado à nascença apesar de algumas modificações, depois de uma actuação crispada a cargo do pitbull Valter Lemos que lhe mereceu um prémio de uma nova Secretaria de Estado, viria ao Parlamento reconhecer que afinal o seu modelo não serve, tanta luta para nada, insustentável para o PS.
O segundo cenário, já anunciado por Jorge Lacão, mais aceitável do ponto de vista do PS, será insistir na ideia de que não se suspende o modelo, de que o que está a ser discutido é o modelo em vigor embora, com toda a disponibilidade, dirão, para afinar, melhorar o modelo. Este caminho tenta passar a ideia de que, por um lado o PS não abdica do modelo, e por outro lado, está interessado num “diálogo” que permita a sua melhoria. Veremos se alguém na oposição quer dar a mão ao PS nestes termos.
Temos ainda um terceiro cenário, o estabelecimento de uma coligação negativa, a oposição entender-se e derrotar a posição do governo. Tal hipótese representaria, creio, o risco de afastamento definitivo de uma hipótese de entendimentos parlamentares e, portanto, uma situação potencial de ingovernabilidade que me parece não interessar, de momento, a ninguém.
Qualquer destes cenários evidencia o que não deveria acontecer e prolongar-se. A educação, tal como outras áreas, deveria estar mais protegida dos interesses político-partidários, um dos seus maiores problemas.

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