Quando era miúdo uma das expressões que mais me lembro de o meu pai utilizar era “pisar o risco”. Ele definia com alguma clareza quais eram os riscos que não deveriam ser pisados e com a mesma clareza e assertividade fazia-me perceber e sentir quando um qualquer daqueles riscos estava a ser pisado ou em vias disso. Creio que na generalidade das famílias isto acontecia com maior ou menor animação, por assim dizer.
Actualmente os discursos dos pais, e não só, em torno dos riscos mudaram, em algumas famílias significativamente.
Muitos pais, a grande maioria, vive a sua parentalidade de forma extremamente assustada com os riscos que entendem estar presentes na vida dos filhos. Na verdade, as circunstâncias e modelos de vida e valores actuais justificam parte substantiva destas preocupações pois crianças e adolescentes estão efectivamente expostos a diferentes situações de risco. No entanto, também me parece que se verifica uma hiper-valorização destes riscos que sustenta estilos educativos altamente protectores, pouco estimulantes da autonomia dos miúdos tornando-os, por isso, mais vulneráveis e incapazes de lidar com os próprios riscos que inquietam os pais.
Curiosamente, os pais que fazem um discurso de sobrevalorização dos riscos são também os pais que revelam uma preocupante dificuldade em estabelecer para e com os seus filhos quais os riscos que não se podem, não devem, pisar. Em muitos ambientes familiares os miúdos crescem sem uma definição clara e equilibrada de regras e limites que os ajudem a organizar e regular autonomamente o seu comportamento. Os miúdos precisam de conhecer de forma nítida e sem ambiguidades os riscos que não são para pisar e os pais devem gerir as situações em que “o risco é pisado” com flexibilidade e bom senso.
Quanto mais consistente e claro for este processo mais equipadas estarão as crianças e adolescentes para lidarem com os riscos que os espreitam.
Actualmente os discursos dos pais, e não só, em torno dos riscos mudaram, em algumas famílias significativamente.
Muitos pais, a grande maioria, vive a sua parentalidade de forma extremamente assustada com os riscos que entendem estar presentes na vida dos filhos. Na verdade, as circunstâncias e modelos de vida e valores actuais justificam parte substantiva destas preocupações pois crianças e adolescentes estão efectivamente expostos a diferentes situações de risco. No entanto, também me parece que se verifica uma hiper-valorização destes riscos que sustenta estilos educativos altamente protectores, pouco estimulantes da autonomia dos miúdos tornando-os, por isso, mais vulneráveis e incapazes de lidar com os próprios riscos que inquietam os pais.
Curiosamente, os pais que fazem um discurso de sobrevalorização dos riscos são também os pais que revelam uma preocupante dificuldade em estabelecer para e com os seus filhos quais os riscos que não se podem, não devem, pisar. Em muitos ambientes familiares os miúdos crescem sem uma definição clara e equilibrada de regras e limites que os ajudem a organizar e regular autonomamente o seu comportamento. Os miúdos precisam de conhecer de forma nítida e sem ambiguidades os riscos que não são para pisar e os pais devem gerir as situações em que “o risco é pisado” com flexibilidade e bom senso.
Quanto mais consistente e claro for este processo mais equipadas estarão as crianças e adolescentes para lidarem com os riscos que os espreitam.
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