domingo, 29 de novembro de 2009

O ESPÍRITO NATALÍCIO

Por aqui de volta com os meus pensamentos estava a lembrar-me que este fim-de-semana está a decorrer a campanha de recolha dos Bancos Alimentares. Esperemos que seja bem sucedida. Muitos responsáveis de instituições de apoio social e mesmo de organismos públicos têm sublinhado o aumento de pedidos de auxílio mesmo por parte de franjas da população habitualmente não necessitadas. É a consequência da crise que se instalou e que tem promovido níveis de desemprego dramático.
Lembrei-me também que ontem, uma peça num jornal televisivo referia que para estes feriados de Dezembro, período de Natal e Ano Novo, muitos destinos de viagens estão já quase esgotados. Alguns depoimentos de pessoas do sector sublinharam a subida nas reservas que como disse excederam as expectativas esgotando parte da oferta. Deram exemplos de Cabo verde, Brasil, Caraíbas e Madeira como destinos muito vendidos.
Por outro lado, começamos a ser bombardeados com o espírito de Natal, isto é, o das compras natalícias e do histerismo consumista. Não estou a falar de uma minoria, sempre por cima, que faz com que o mercado imobiliário de gama muito alta ou o mercado automóvel do mesmo nível atravessem a crise sem grandes sobressaltos. Estou a referir-me à esmagadora maioria de nós e como os modelos de desenvolvimento e os sistemas de valores associados nos transformam a vida numa luta pela sobrevivência e, simultaneamente, numa luta por parecermos gente a quem não falta nada.
Isto é uma conversa um bocado de estranha, mas fico sempre assim quando começa o espírito natalício.

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