sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A CONTABILIDADE POR FAZER

Como era previsível, a aritmética parlamentar acabou com o famoso e incompetente Modelo e com a inenarrável e disparatada divisão dos professores introduzida no Estatuto da Carreira Docente.
No que me foi possível acompanhar, quer dos debates quer da imprensa, as análises têm andado sobre quem venceu, quem traiu, quem perdeu, quem mudou, quem resistiu, etc., e todo este juízo realizado, salvo raríssimas excepções, em cima das lógicas político-partidárias.
A minha questão é que uma legislatura praticamente completa com as escolas com climas altamente crispados entre professoras e estruturas directivas, com a relação entre os professores e a tutela a bater no fundo e sem um mínimo de confiança recíproca e capacidade de diálogo, com uma opinião pública mal informada e instrumentalizada pelo ME contra quem todos os dias toma conta dos seus filhos, os professores, implica e implicará consequências cujos efeitos não serão tangíveis mas são seguramente importantes e em várias dimensões.
Nesta contabilidade, do meu ponto de vista, os miúdos foram perdedores. Na Assembleia da República só soubemos o que parece ter acabado, resta saber o que vai começar, eventualmente mais uma aventura, com final feliz, espera-se.

Sem comentários: