quinta-feira, 5 de novembro de 2009

OS PROFESSORES SÃO MEUS. NÃO, SÃO MEUS.

O Público on-line apresenta um título que me parece extremamente elucidativo de um dos mais fortes constrangimentos existentes sobre a qualidade do sistema educativo português, a apropriação político-partidária dos problemas e das decisões. Diz então o jornal que “PSD e CDS disputam liderança na avaliação de professores”. De facto também me parece que esta questão, como muitas outras, se relativiza aos interesses partidários e não aos interesses de professores, pais e alunos. Nos últimos dias os discursos, ainda com o silêncio da Ministra, mostram interessantes pontes entre o militante do PCP Mário Nogueira e o PSD que assume um discurso extraordinário através de um dos maiores bluffs que perora sobre educação em Portugal, um tal Santana Castilho que com uma tribuna oferecida pelo Público se entretém a preencher a agenda política do PSD com um discurso neo-liberal, composto de meia dúzia de banalidades num estilo trauliteiro e agressivo que vende, mas não tem substância. O CDS também quer ganhar e alia-se ao discurso de Mário Nogueira. Neste cenário inscreve-se o PS que depois da arrogante e incompetente legislação sobre avaliação e Carreira se vê agora entalado no sentido de perder para os outros partidos o controle da situação tentará, naturalmente, ganhar os professores perdidos por Maria de Lurdes Rodrigues e o Bloco não querendo perder boleia, também quer liderar o descontentamento dos professores. É que são muitos como sabem.
Neste quadro, seria interessante tentar ouvir os professores, estou a falar dos professores mesmo, perceber o que se faz em muitíssimos países em matéria de avaliação e organização da carreira e com sentido político, um desígnio de bem comum, promover uma inadiável definição de um competente modelo de avaliação e uma organização justa da carreira dos professores que discriminem o mérito e promovam a qualidade.

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