segunda-feira, 2 de novembro de 2009

UM RAPAZ CHAMADO FUTURO

Era uma vez um rapaz chamado Futuro que não é um nome muito vulgar. Este rapaz teve sempre uma vida muito curiosa. Ainda não era nascido e os pais, como quase todos os pais, já imaginavam como ele iria ser, com quem se iria parecer, como iria ser a sua vida, etc.
E desde pequeno se relacionaram com ele na perspectiva do que o Futuro seria. Deveria comportar-se assim para que quando fosse crescido agisse de acordo com o que desejavam. Teria que estudar para ser o homem que eles gostavam que fosse. No fundo, deveria fazer sempre tudo muito bem para que fosse um Futuro perfeito.
Os pais sempre lhe foram indicando que caminho seguir, que coisas escolher, o que estudar, sempre com os olhos num Futuro que não queriam condicional. Escolhiam com quem ele se devia dar e até achavam que deveriam escolher quem deveria acompanhar o Futuro pela vida.
Um dia, para surpresa dos pais e pela primeira vez em toda a sua vida, o Futuro disse que não a mais uma determinação do que ele deveria ser. E disse que não de uma maneira tão forte e com uma tristeza tão ruidosa que os pais se assustaram e ficaram aflitos, muito aflitos.
Não foi fácil mas perceberam finalmente que já não poderiam mais ser pais do Futuro, tinham que ser pais no presente. Perceberam que era no presente que o Futuro precisava dos pais e que teria de ser ele, obviamente, a pensar no Futuro.

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