sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A HISTÓRIA DO ACHADOR

Era uma vez um homem que se chamava Achador. Curiosamente o seu nome ia bem com a sua pessoa, o homem dedicava-se a achar. É verdade, e há muito tempo. Logo de novo, não havia conversa onde não entrasse para, sobre qualquer assunto, deixar bem expressa a sua opinião. Era engraçado que o Achador até ganhou o hábito de começar as frases por “eu acho”. Também não ficava mal a um Achador.
Essa sua atitude de, sobre tudo e em qualquer circunstância, emitir com ar sério e seguro uma definitiva opinião apesar de, muitas vezes, quase sempre, banal, foi-se colando a si de tal maneira, que estudou sem grande brilho mas com milhares de opiniões e acabou por se dedicar à profissão de Achador. É de facto curioso como o nome criou a personagem.
Hoje, o Achador tem uma próspera carreira profissional. Continua a começar as suas frases por um incontornável “Eu acho”, tem assento em diferentes televisões onde sobre qualquer tema intervém com as suas bem embrulhadas opiniões a que poucas pessoas parecem ligar, mas sendo o Achador uma figura conhecida a sua presença é tolerada com ar de que o levam a sério. Escreve também em diversos jornais artigos de opinião, naturalmente sobre as mais variadas matérias. Como é previsível, de tanta produtividade o Achador muitas vezes contradiz-se, acha uma coisa e logo o seu contrário. As pessoas têm a generosidade de não o lembrar desses pormenores, as contradições.
O Achador, achou assim a sua obra-prima, viver de achar, não importa o quê, sobre o que quer que seja.
Tal só foi possível porque o Achador vive numa terra de achistas, a nossa. Acho eu.

1 comentário:

CS disse...

Caro amigo,

Como democrata de esquerda, e como professor, achei que devia partilhar a proposta que finalmente o be apresentou para a "sua" avaliação de docentes. Cabe a cada um de nós avaliar se sente enganado:
http://ovalordasideias.blogspot.com/2009/09/cai-mascara-do-be-como-defensor-dos.html