Para a maioria significativa dos
alunos em Portugal, que não tem o ano lectivo semestralizado, vai iniciar-se amanhã o segundo período escolar, o período das decisões. Na verdade,
embora falte o terceiro período este que agora se inicia acaba por ser muito
importante, ainda me lembro dos avisos dos meus professores a que se juntava a
"seca" dos pais e neste aspecto a escola não mudou assim tanto.
Quando o primeiro corre bem e
segundo acontece sem sobressaltos, estávamos "passados". Se o
primeiro não correu grande coisa e este período também não correr bem,
dificilmente recuperaríamos no terceiro período, estávamos
"chumbados", retidos como agora se diz.
Assim, o segundo período é um
tempo em aberto, um tempo que permitirá manter bons resultados, recuperar de
algumas dificuldades ou certificar o insucesso.
É neste aspecto que centro estas
notas. De facto, alguns alunos devido aos seus resultados no primeiro
trimestre, à sua história ou pelo "retrato" que deles foi tirado, são
alunos que "não vão lá", ou seja, a escola, os professores, algumas
vezes sem se dar conta, outras por ausência de meios ou disponibilidade e
outras ainda pela convicção de que é "normal" que nem todos aprendam
mesmo que tenham capacidades para isso e, portanto, não há nada a fazer, têm a
sua frente alunos para os quais a expectativa de sucesso é baixa ou nula, dito
de outra maneira, "eles não vão lá". A escola desiste deles e eles
desistem da escola.
Curiosamente, muitos destes
alunos são reconhecidos como miúdos espertos, dotados, de tal maneira que
"se eles quisessem" teriam sucesso. O problema é que com alguma
frequência, sem nos darmos conta e, ou, por falta de recursos, por políticas inadequadas, etc., nós, a escola, também "não conseguimos" que eles tenham sucesso. Eu sei que a afirmação
é forte e será injusta em muitas situações, mas existe um número de significativo
de miúdos de quem a escola, aos poucos, vai desistindo por variadíssimas ordens de razões.
Ou seja, eles poderiam "ir
lá", mas a escola também "não vai lá".
1 comentário:
Querido amigo, eu insisto: por que há período, trimestre, semestre, nota...?
Neste ano (não-letivo), começará em Portugal algo que acredito te interesse. Poderemos conversar, via email? Ou em Portugal? Aí estarei na terceira semana de janeiro.
Abraço fraterno!
José
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