A Direcção-Geral de Estatísticas
da Educação e Ciência divulgou os dados relativos ao desempenho escolar de 2017/2018.
Os níveis de retenção continuam a baixar face a anos anteriores mas mantêm-se
elevados em alguns anos de escolaridade.
No 1.º ciclo registou-se uma
retenção de 2.8%, no 2.º ciclo temos 5,3%, no 3.º verifica-se 7,8% e no ensino
secundário 13,9%.
Por anos de escolaridade, à
excepção do 1º ciclo e do secundário, verifica-se o padrão habitual, a retenção
é mais elevada nos anos iniciais, 5º e 7º. No 1º ciclo, o 2º ano continua com
um nível muito elevado, 6.6% e no secundário é o 12º que que regista uma taxa
de retenção de 24.5%.
Para além das habituais afirmações de paternidade relativamente à responsabilidade pela subida importa importa considerar que neste âmbito a única ilação possível é que o trabalho de alunos
e professores foi melhor sucedido.
É ainda de realçar que apesar de
ter melhorado, o 2º ano ainda apresenta uma taxa elevada. 6.6%, estamos a falar
do “lançamento” de trajectos escolares bem-sucedidos.
Esta situação merece reflexão e
intervenção mais particulares.
Estou a olhar para o copo meio
cheio assinalando a subida. No entanto, importa não esquecer que globalmente as
taxas de retenção anda são elevadas, que a retenção só por existir não melhora
resultados e que a retenção continua a evidenciar uma marca de “classe”, atinge
mais os alunos com textos familiares menos favorecidos. A tradição ainda é o
que era.
Os dados mostram, pois, que o
caminho está a ser feito mas que muito ainda está por fazer. Assim, as
políticas educativas caminhem no sentido desejado, apoios atempados e
competentes a dificuldades de alunos e docentes, recursos adequados,
diferenciação de práticas e formas de organização e funcionamento sustentadas
na autonomia de escolas e dos professores, desburocratização, etc.
Em matéria de avaliação escolar talvez seja de recordar algumas ideias "velhas" pois já me parece em incubação mais uma
onda de inovação, provavelmente com, claro, anunciadas mudanças de paradigma. O lançamento das chamadas provas de aferição no modelo e anos propostos e alguns indícios de que a imprensa tem feito eco assim parecem sugerir.
Em primeiro lugar, avaliar é bem mais que medir. A avaliação deve ser, tanto quanto possível um processo desburocratizado e não “encharcado” em grelhas. As diferentes funções cometidas à avaliação, certificação de conhecimentos e competências, regulação de processos de ensino e aprendizagem, ordenação no desempenho, só para enunciar algumas, requerem diferenciação nos dispositivos, aqui sim, a diferenciação é imprescindível sustenta na diversidade dos alunos e contextos.
Finalmente, é imprescindível a existência de dispositivos claros e robustos de avaliação externa que as chamadas provas de aferição no 2º, no 5º e no 8º não me parecem cumprir como aqui já tenho abordado.
Em primeiro lugar, avaliar é bem mais que medir. A avaliação deve ser, tanto quanto possível um processo desburocratizado e não “encharcado” em grelhas. As diferentes funções cometidas à avaliação, certificação de conhecimentos e competências, regulação de processos de ensino e aprendizagem, ordenação no desempenho, só para enunciar algumas, requerem diferenciação nos dispositivos, aqui sim, a diferenciação é imprescindível sustenta na diversidade dos alunos e contextos.
Finalmente, é imprescindível a existência de dispositivos claros e robustos de avaliação externa que as chamadas provas de aferição no 2º, no 5º e no 8º não me parecem cumprir como aqui já tenho abordado.
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