Quando pensamos que já dificilmente seremos surpreendidos, para
o melhor e para o pior, a realidade desmente-nos.
No Expresso deste fim-de-semana, no espaço Passatempos, as
Palavras Cruzadas, da responsabilidade de Marcos Cruz, incluíam a questão “Ensinam
quando não estão em greve” cuja resposta em 11 letras é … professores.
Não, não se explica pela “silly season”, explica-se pela
indecência e irresponsabilidade que, obviamente, não decorrem de … um momento
infeliz. Não pode ser considerado um não-problema, é mesmo mais uma face visível de algo preocupante.
Já aqui tenho referido que os ataques, intencionais ou não,
à imagem dos professores, incluindo parte do discurso de gente dentro do
universo da educação que tem, evidentemente, responsabilidades acrescidas e
também o discurso que muitos opinadores profissionais, mais ou menos ignorantes
ou com agendas implícitas, produzem sobre os professores e a escola,
contribuíram para alterações significativas da percepção social de autoridade
dos professores, fragilizando-a seriamente aos olhos da comunidade educativa,
sobretudo, alunos e pais. Os últimos tempos têm sido, aliás, elucidativos.
Esta fragilização tem, do meu ponto de vista, graves e
óbvias consequências, na relação dos professores com alunos e pais e restante
comunidade.
O Expresso tem, evidentemente, responsabilidade nesta
situação. Aliás e em matéria de responsabilidade, recordo o texto de Miguel
Poiares Maduro no Público na sequência da polémica criada pelo abjecto artigo
de Maria de Fátima Bonifácio.
Definitivamente, a valorização social e profissional dos
professores, em diferentes dimensões é uma ferramenta imprescindível a um
sistema educativo com mais qualidade sendo esta valorização uma das dimensões
identificadas nos sistemas educativos melhor considerados.
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