Está a decorrer a primeira fase
do concurso de acesso ao ensino superior. Considerando igual período do ano passado verifica-se
um aumento de cerca de 5% nas candidaturas já realizadas.
Depois do decréscimo do ano
anterior que contrariou três anos de subida, a confirmar-se esta subida no
final de todo o processo de candidatura, trata-se, de facto, de uma boa notícia.
O aumento de número de estudantes
que se candidatam ao ensino superior dever-se-á segundo alguns especialistas a
maior sucesso no ensino secundário, a melhoria na condição económica de algumas
famílias e ao aumento de confiança na formação superior.
Espero que estas razões continuem
a sustentar a busca de formação de nível superior.
É importante recordar que,
contrariamente ao muitas vezes se entende, as famílias portuguesas enfrentam um
dos mais caros sistemas de ensino superior da UE e da OCDE.
Por outro lado, de há uns anos para cá tem vindo a
instalar-se a perigosa e falsa ideia de que "somos um país de
doutores" e de que não compensa estudar. É fundamental insistir que não temos licenciados mais, temos
desenvolvimento a menos e daí alguma dificuldade na absorção de mão-de-obra
qualificada. Importa também repensar rede e a oferta, corrigindo assimetrias e ajustando
a oferta não só em função da empregabilidade mas não esquecendo o papel do
ensino superior e da investigação na promoção do desenvolvimento em todas as
áreas do conhecimento.
Na verdade, apesar da recuperação
ao nível do abandono, temos uma das mais baixas taxas de pessoas com formação
superior entre os países da OCDE. Aliás, não cumpriremos certamente o objectivo
de formação superior estabelecido na UE para 2020.
Neste quadro, saber que está a
aumentar o número de estudantes, sem a exclusão dos mais vuneráveis, que pretende frequentar o ensino superior é
mesmo uma boa notícia.
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