Uma das áreas de investigação
robusta e já longa em psicologia tem sido o que se designa por atribuição
causal. De forma simples, como forma de protecção da nossa percepção de nós próprios tendemos, designadamente
em contextos de realização, a atribuir o sucesso, o bom desempenho, ao nosso
esforço e competência e, naturalmente, tendemos a atribuir as causas do que
corre menos bem a causas ou factores que nos são externos pelo que não nos sentimos responsáveis. Este funcionamento tem sido também muito estudado no universo da educação.
Serve esta introdução para
referir que já cansam os discursos mais ou menos explícitos que atribuem fundamentalmente a factores externos às decisões em matéria de política educativa o que
reconhecidamente não está a correr bem nas escolas em vários aspectos.
E há muitas coisas que não estão
correr bem. A carga de burocracia que aflige as escolas é só um exemplo. A burocracia que é sentida em diferentes niveis e áreas de funcionamento das escolas, com especial ênfase no funcionamento pedagógico, não é,
evidentemente, da exclusiva responsabilidade de professores e escolas como o não são outras dificuldades.
Este padrão de atribuição causal
externa não facilita, antes pelo contrário, a promoção de ajustamentos necessários. Alguma humildade também ajuda.
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