quarta-feira, 24 de outubro de 2018

GOSTEI DE LER "A DISLEXIA E O DÉFICE DE ATENÇÃO ESTÃO MUITAS VEZES LIGADOS. É O MEU CASO"

Creio que é de ler e reflectir a entrevista a Luís Borges, neuropediatra, no DN, “A dislexia e o défice de atenção estão muitas vezes ligados. É o meu caso”. A sua leitura é tanto mais oportuna quanto é hoje apreciada no Parlamento a proposta do PN e do BE sobre o recurso a medicação como o metilfenidato e atomoxetina, usados para controlo do défice de atenção e hiperactividade, designadamente quando envolve crianças com menos de seis anos.
Já aqui escrevi relativamente a esta iniciativa que parece verificar-se um excesso de prescrição destes fámacos e de sobrediagnótico de situações o que, naturalmente, requer reflexão e prudência. No entanto, parece-me pouco defensável que seja o Parlamento a estabelecer regras de prescrição farmacológica em actos médicos.
Voltando à entrevista com Luís Borges. Conheço-o há umas décadas e cruzamo-nos de vez em quando nesta lida sobre os problemas e bem-estar de crianças e adolescentes. Sempre que tal acontece, a conversa é tão longa quanto as circunstâncias permitem e até as discordâncias tornam os encontros mais estimulantes.
Lembro-me de um serão em Óbidos, creio que em 1985 e a propósito de umas Jornadas sobre a infância, em que ficámos horas à conversa que também envolvia a Dra. Ana Maria Bénard da Costa e Dra. Adelaide Pinto Correia, já falecida, duas referências incontornáveis na sua área de intervenção, as necessidades educativas especiais e a saúde escolar, respectivamente. As histórias, as experiências e as ideias que por ali passaram!
A entrevista do Luís Borges, um Homem que tem dedicado a sua já longa carreira ao mundo dos mais novos e do seu bem-estar, veio recordar-me a sorte e a importância de conhecer pessoas como as que estavam naquele serão. Um abraço Luís, até um dia destes, num qualquer canto onde a lida nos leve.

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