sexta-feira, 4 de abril de 2008

UM PONTO FINAL

Era uma vez um Homem que vivia cansado das conversas e discussões intermináveis e estéreis dos políticos e opinantes profissionais que, em todos os telejornais, lhe entravam pela casa dentro. Sempre desabafava desalentado. “Gostava de ser capaz de fazer com que esta gente se calasse ou falasse doutra coisa”. E isto repetia-se todos os dias, as conversas inúteis e o desabafo. Um dia, o Filho do Homem depois de mais uma queixa disse “Já sei como resolves isso”. “Como?”, pergunta o Homem esperançado. “Com isto” e entrega-lhe um papel pequeno. O Homem olha e só vê um ponto no meio do papel. O Filho acrescenta.
“É só um ponto, mas é dos bons. É um ponto final, parágrafo. A minha professora diz que serve para parar uma frase e mudar de assunto”.
A partir daquele dia, sempre que as tais conversas começavam, o Homem e o Filho punham-lhe o ponto final, parágrafo e conversavam os dois. Com a televisão apagada.

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