sexta-feira, 25 de abril de 2008

JOVENS, POLÍTICA E POLÍTICOS

Na habitual liturgia comemorativa do 25 de Abril, o Presidente da República manifestou-se “impressionado” com a ignorância dos jovens sobre o significado da data e o seu impacto na nossa história recente, bem como com o seu afastamento da “política”. Como é também normal em tempos de “cooperação estratégica” o Engenheiro Sócrates apressou-se a concordar. Não consigo entender a perplexidade destas figuras. Felizmente, os jovens hoje defrontam-se com a conjuntura política, a qualidade contextual da democracia e não, como a minha geração, com a estrutura política, ou seja, a natureza do regime. Nesta perspectiva o que está em causa é a qualidade da vida democrática e é aqui que, creio, radica o afastamento dos jovens. Se olharmos à volta e reflectirmos sobre o passado próximo, a maioria dos protagonistas da cena política, de que as impressionadas figuras fazem parte, produz um espectáculo de uma qualidade confrangedora enredada em questões menores e com a ausência de projectos mobilizadores que, provocando cansaço e desencanto no cidadão civicamente atento, é completamente desmotivador para jovens já fortemente pressionados pela construção, bem difícil, dos seus projectos pessoais.
Como sempre, creio, que seria interessante ouvi-los sobre as suas perspectivas, as razões para o seu aparente afastamento e desinteresse por essa coisa, a política. Talvez muitos políticos percebessem que são parte do problema e não parte da solução.

1 comentário:

Anónimo disse...

Há forças ocultas, mas que os mais atentos conhecem bem , que se encarregam de sonegar a história recente ás gerações do após-conquista da liberdade da dignidade de um povo.

A campanha do retrocesso inicíou-se
no dia 25 de Abril de 1974.

Saudações