terça-feira, 15 de abril de 2008

PORTUGAL DOS PEQUENINOS

A minha relação com a maioria dos discursos políticos em Portugal é muito variada. Quando penso que o nível já não pode descer mais, aparece uma intervenção pública do Sr. Gomes da Silva ou do Alberto João. Quando às vezes oiço algumas palavras mais realistas lá vem o Primeiro-ministro ou um rapaz da PS a falar de um país em tons de rosa que eu não conheço mas onde, supostamente, vivo. Quando penso que começam a aparecer discursos consistentes alternativos, que obriguem o Governo recordar que maioria absoluta não é arrogância, lá vem o Action Man Menezes a afirmar o contrário do que tinha dito há uns dias. Gosto do dedinho em riste do Dr. Portas e do seu pestanejar de frémito depois de cada frase demolidora. O Dr. Santana Lopes felizmente regressado anima os debates. Mas hoje reconciliei-me. Nas Jornadas Parlamentares do CDS-PP dedicadas à Educação e à Saúde o líder parlamentar Dr. Diogo Feio afirmou a necessidade de “uma política de ruptura em relação ao que este Governo tem feito”. Também acho que variadíssimas coisas deveriam alterar-se na PEC, política educativa em curso. Mas o Dr. Feio vai mais longe e define a ruptura, “é preciso fazer ditados na disciplina de Português. Usar a memória para decorar a tabuada. Saber o que se ensina quando se trata de História de Portugal”. A sério, ele disse mesmo isto. O rapaz é licenciado em direito, exerce advocacia, é deputado, foi Secretário de Estado da Educação no Governo de Santana Lopes, escreveu sobre fiscalidade e justiça mas, com a maior das facilidades, enunciou o programa para a reforma educativa. Ditados, papaguear a tabuada e a História de Portugal. Estou ansiosamente à espera das próximas obras do Dr. Feio para aprofundar esta autêntica e genial revolução. Hoje foi para rir. Apesar de tudo, sempre é mais elegante do que as inqualificáveis referências à Fernanda Câncio.

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