Era uma vez um Homem, o mais discreto dos Homens. O seu grande desejo era, em qualquer circunstância, passar o mais despercebidamente que conseguisse. Já em criança, ficava muito quieto numa sombra a ver se ninguém dava por ele. Enquanto jovem, vivia nos cantos da vida e aprendeu a esconder-se com um livro. Quando chegou a Homem, sempre com o desejo de que não reparassem nele, escolheu o lado só da vida e arranjou um trabalho tão discreto quanto ele, atrás de um ecrã. Um dia, já velho, esqueceu-se de acordar. Ninguém sentiu a sua falta.
Só ele, o Homem discreto, sentiu falta de si. Mas já era tarde.
Só ele, o Homem discreto, sentiu falta de si. Mas já era tarde.
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