Nos últimos anos tem surgido como forma de apresentação de algumas pessoas a referência ao serem “colunistas”. Aplica-se à nuvem de opinadores espalhados pela pela imprensa escrita em papel e/ou em formato digital.
Alguns restringem os conteúdos da sua coluna a áreas nas
quais têm conhecimento e analisam, questionam e opinam com base nesse
conhecimento, mas muitos abordam qualquer temática num notável exercício de
tudologia, fingindo conhecimento, ficando-se pela opinião e ansiando pelo
estatuto de “opinion maker” ou “influencer”, termo a que acho piada.
Com demasiada frequência confunde-se o comentar num espaço
público com o dizer “umas coisas” sobre um qualquer assunto que esteja na
agenda. Comentar em espaço público deveria acrescentar massa crítica à análise
da realidade, não porque se detenha a verdade ou o saber absoluto, mas porque potencia qualidade à reflexão ou informação. Para que assim seja, pressupõe-se
conhecimento e estudo que muitos dos palpitólogos não têm sobre muitos dos
assuntos de que falam, refugiando-se em exercícios de futurologia, em retóricas
sem substância ou em discursos de manipulação e demagogia.
De forma despudorada e com ar sério emitem opiniões
travestidas de análise e que entendem como saber, tudo isto servido muitas
vezes por um enorme umbiguismo.
Estranhamente, boa parte da comunicação social, num enjeitar
das responsabilidades que lhe cabem, não prescinde desta fauna e disputam a sua
presença, pagando bom preço, numa tentativa de vender o melhor produto possível
que, frequentemente, é contrafeito, é de plástico, independentemente do que
as audiências possam dizer.
Na verdade, muitos destes colunistas não têm coluna, têm
agenda
Que cansaço.
Isto é, naturalmente, um desabafo do palpitólogo que habita
este espaço.
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