No dia em que o Ministro da Educação está no Parlamento na discussão do Orçamento de Estado para 2023, muitos educadores e docentes do ensino básico e secundário cumprem uma greve. De acordo com a imprensa e com base na informação das estruturas que convocaram a greve a adesão andará pelos 90%.
Como já tem acontecido, embora tenha opinião, não me
pronuncio sobre a bondade ou justificação e oportunidade dos protestos no plano
estritamente profissional dos professores, mas também afirmo muitas vezes que
alguns dos problemas que sentem são também problemas nossos pois algumas das
medidas das políticas públicas que respitam aos professores também têm
consequências na qualidade do seu trabalho, na qualidade da escola pública e,
portanto, no bem-estar e futuro dos alunos. Aliás, creio que os professores
prefeririam certamente não sentir motivos para realizar a greve.
Como sempre acontece em qualquer greve de docentes e me
parece preocupante é a proliferação de discursos de diabolização dos
professores que, por vezes, também recebe o contributo por parte de algumas
afirmações de alguns docentes e dos que os representam e que degradam,
enfraquecem, a imagem social dos docentes com reflexos sérios e negativos na
relação que a comunidade estabelece com eles.
Entregamos todos os dias os nossos filhos e netos nas mãos
de uma classe que para cumprir o seu enorme e insubstituível papel na
construção do futuro, precisa, para além da competência, de ter a confiança da
comunidade, ser valorizada e reconhecida nos múltiplos aspectos do seu
desempenho, bem como regulado o seu desempenho de forma justa e competente.
A valorização social e profissional dos professores, em
diferentes dimensões é uma ferramenta imprescindível a um sistema educativo com
mais qualidade. Aliás, uma das características dos sistemas educativos melhor
considerados é, justamente, a valorização dos professores.
Sem comentários:
Enviar um comentário