Quem vai passando por aqui sabe que tenho referido algumas inquietações sobre o próximo ano lectivo. Primeiro pelo elevado grau de incerteza face à situação de saúde pública que teremos nos primeiros meses e também pela experiência do ano lectivo que acabou.
No entanto, hoje sinto-me
bastante mais tranquilo após ter lido o artigo da Secretária de Estado da
Educação no DN, “Educação: Os caminhos da estabilidade”.
É evidente que não se pode adivinhar
o futuro, lá chegaremos certamente, mas estamos preparados para o que vier.
Os professores já estão colocados
e, portanto, não teremos as dificuldades que frequentemente se registam no
início das aulas.
As famílias já receberam os
vouchers de acesso aos manuais escolares permitindo que alunos o que e
professores tenham o material de suporte às aprendizagens.
As escolas, mercê das oportunas
orientações da tutela e no âmbito da sua ampla autonomia, desenharão os planos
adequados às suas necessidades e dos seus alunos numa lógica de diferenciação
que, como se sabe, é uma medida universal. Nesta matéria registo a importância
atribuída e sublinhada à consolidação do domínio da escrita por parte dos
alunos o que me pareceu bastante oportuno. Os professores, sobretudo nos
primeiros anos de escolaridade, poderiam não ter bem presente que é fundamental
aprender a ler e a escrever.
Também registo o esforço que ME
realizou para “garantir que as escolas e os agentes educativos disponham dos
recursos humanos e das condições adequadas para que a Escola Pública possa cumprir
a sua missão indeclinável”.
Certamente por falta de espaço, não existe a referência explícita à dotação das escolas das escolas e agrupamentos de psicólogos e outros técnicos, de auxiliares e assistentes técnicos, competentes, suficientes e presentes desde o início do ano ou ao facto de todos os alunos e escolas já possuírem os recursos em matéria de equipamentos informáticos, software e de acessibilidade necessários ao cumprimento da “missão indeclinável”.
Existem alguns pormenores como o número previsto de técnicos ser
inferior ao número de escolas e agrupamentos, a apresentação dos planos por parte
das escolas decorrer quase até final de Agosto e as aulas começarem em Setembro, a tal transição digital ser faseada, a provável falta de docentes em alguns grupos ou outras minudências ou as dificuldades que muitas escolas terão para acomodar as orientações estabelecidas em matéria de segurança sanitária, mas como
sabem, “Deus quer, o Homem sonha, a Obra nasce”.
Vamos então aguardar com toda a
tranquilidade pelo início das aulas. Tudo estará a postos.
PS - Sei que a comunicação em política sugere a importância de mensagens optimistas, mas a seriedade e a necessidade de confiança sugerem a importância de mensagens realistas.
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