sexta-feira, 21 de agosto de 2020

O BRINQUEDO PERFEITO

 

Leio no Observador que a Lego tem em produção peças em braille que prevê estarem disponíveis em Portugal em 2021. O material destinado para ser utilizável com mais eficiência e “gozo” por crianças com deficiência visual será produzido em seis línguas incluindo o Português. Parece uma iniciativa interessante porque alarga a mais crianças a utilização de uma material que me parece particularmente positivo como, aliás, já aqui tenho referido.

O meu primeiro contacto com este brinquedo foi há quase 60 anos, uma garagem com dois pequenos “carochas” que um amigo do meu pai me trouxe de uma viagem ao estrangeiro. Naquele dia o LEGO começou a fazer parte da família, até hoje.

Do meu ponto de vista é o brinquedo perfeito. A sua utilização é intuitiva permitindo que o manual de instruções ou a supervisão de alguém só possa ser necessária para réplicas mais sofisticadas. Os bebés com peças LEGO na versão Duplo nas mãos rapidamente entendem a forma como se brinca. Dispensa manual de instruções a não ser para replicar construções.

Contrariamente a muitos outros brinquedos, os LEGO é mesmo interactivo, qualquer de nós, mais pequeno ou mais velho, transforma um monte avulso de peças coloridas naquilo que entender. Por isso uma outra característica, a imaginação, é o limite de uma brincadeira com peças LEGO que a alimentam e estimulam.

É também um brinquedo que permite “trabalhar” em conjunto na construção das mais variadas estruturas.

Uma outra característica muito interessante é o que agora se chama de “amigável”. Quando pegamos em algumas peças LEGO é difícil evitar começar a brincar e experimentar o que aquele conjunto de peças permite fazer.

Os meus netos, cada um de sua forma e capacidade, já estabeleceram uma relação de amizade com os Legos, aliás, boa parte das peças que estão lá por casa já acompanharam o meu filho. Começaram nos Duplos, passaram pelas peças clássicas e o Simão realiza já projectos sem fim como os materiais mais sofisticados desafiando regularmente as minhas capacidades.

Por vezes, os adultos, esquecem este notável brinquedo e deixam-se seduzir por coisas de bem pior qualidade mas que, aparentemente, são muito modernos e atractivos.

Lamento, digo-o aqui muitas vezes e contrariando algumas vozes que por aí andam, que os miúdos brinquem pouco, com o LEGO, por exemplo.

É que as pessoas, algumas pessoas, esquecem que brincar é a coisa mais séria que as crianças fazem.

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