O programa solidário Abem, desenvolvido pela Associação
Dignitude em articulação com autarquias e instituições sociais implantado em 20
distritos, 155 concelhos e envolvendo mais de 900 farmácias procura disponibilizar os medicamentos necessários a famílias que não conseguem assumir o seu custo.
Actualmente são beneficiadas cerca de 16 000 pessoas,
um aumento de 50% face a 2019.
Para além das questões de saúde, a perda de rendimentos das
famílias tem sido e continuará ser, e esperemos que não se agrave, a consequência
mais pesada da actual situação. Muito provavelmente, este número estará
verdadeiramente abaixo do número de pessoas com recursos insuficientes para aceder a medicação imprescindível.
Estamos numa tempestade perfeita, os efeitos sociais e
económicos da pandemia, bem como os efeitos na saúde, atingem sobretudo os mais
vulneráveis e entre estes os idosos, um grupo numeroso e debilitado e, portanto,
mais necessitado de ajuda médica.
Face a indicadores desta natureza, sempre recordo Michael
Marmot, reconhecido especialista em saúde pública, que há algum tempo esteve em
Portugal e afirmou que todas as políticas podem, ou devem, ser avaliadas ponderando
os seus impactos na área da saúde.
Eu diria que também podem, ou devem, ser considerados os
impactos em áreas como educação, apoios sociais ou justiça, áreas que, tal como
a saúde são cruciais para a vida das pessoas, sobretudo das mais vulneráveis.
Pela nossa saúde.
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