Não é raro que a entrada na
pré-adolescência e adolescência seja acompanhada pelo aparecimento de uma
irritante comichão decorrente das "borbulhas" do crescimento. Ainda
menos raramente, os pais dos miúdos que entram nesta fase desenvolvem também
uma fortíssima comichão resultante dos comportamentos nem sempre esperados e
entendidos dos seus filhos.
A esta fase de comichão em filhos
e pais corresponde também com alguma frequência a uma espécie de afastamento e
abaixamento dos níveis de comunicação recíprocos o que, naturalmente, acentua a
comichão que sendo ela irritante, acaba por deixar todos muito irritados.
Como também é previsível nestas
idades, os miúdos tendem a procurar os anti-histamínicos junto dos amigos que,
claro, também atravessam um período em que sentem a comichão do crescer e
"padecem" das mesmas inquietações.
Por outro lado, os pais, muitas
vezes assustados, não sabem como procurar os miúdos e viram-se, na melhor das
hipóteses para outros pais com comichão e falam deles, dos filhos, não falando
com eles, os filhos. Na pior das hipóteses, os mais assustados escondem, tentam
esquecer e não sentir a preocupação com a comichão, esperando que a simples
passagem do tempo, que se deseja rápida, a cure.
Talvez fosse de recordar que a
comichão do crescer é algo de absolutamente natural, como talvez se lembrem nem
sempre é fácil crescer, ficar diferente.
Assim, a gente mais crescida,
mais experiente, estando atenta aos sinais, pode contribuir para tranquilizar
os miúdos, não se assustando, dando-lhes espaço e tempo para perceber que vão
ser capazes de lidar com a comichão do crescer.
Apesar das circunstâncias, este tempo de férias pode ter
propriedades anti-histamínicas, é de aproveitar.
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