Há dias passava com os netos junto à escola do Simão que
começará agora o 2º ano e oiço-o, “tenho tantas saudades da minha escola”. Eu sei que tem, a generalidade dos miúdos terá,
é lá o seu mundo nestas idades e a escola em casa, para ele e para muitos, não foi
uma experiência muito positiva.
Por isso me preocupa que escola teremos em Setembro. Como o
Simão dizia há algum tempo e aqui contei, ele quer que seja “escola da outra”,
não desta dentro do ecrã.
Vem esta introdução a propósito do Relatório divulgado pela
Organização Internacional do Trabalho, "Youth and COVID-19: impacts on jobs, education, rights and mental well-being", segundo o qual “65% dos jovens afirmam ter aprendido menos desde o início da pandemia devido à transição da sala de aula para as aulas online durante o confinamento”.
Se considerarmos ainda os efeitos nos alunos mais novos,
sobretudo de 1.º e 2.º ciclo e os alunos com necessidades específicos com
níveis de autonomia e literacias bem menores a situação é verdadeiramente
preocupante.
Estamos a um mês do início das aulas, as dúvidas e receios
de professores e pais são muitas para além da imprevisibilidade da situação de
saúde pública que teremos em no Outono.
As certezas são mais evidentes. Sem mais recursos, digitais
e humanos, mas suficientes e colocados nas escolas em tempo oportuno, só o
esforço gigantesco que foi realizado no final do ano lectivo para criar a
resposta de emergência e que merece sempre reconhecimento, não vai chegar para
conduzir esta geração de alunos, sobretudo os mais novos e os alunos com
necessidades específicas, num percurso educativo de qualidade e tão
bem-sucedido quanto possível.
E o que nasce torto …
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