Foi divulgada pelo Júri Nacional de Exames a distribuição das classificações por disciplina nos exames nacionais da 1ª fase. Como era de esperar considerando a subida significativa das médias que já era conhecida, também o número de provas com 19 e 20 valores subiu muito significativamente.
De 2557 provas avaliadas com 20 valores e de 5929 avaliadas
com 19, 8486 no conjunto em 2019, passámos em 2020 para 3477 provas com 20 e
12073 com 19, um total de 15550 com notas máximas. A subida é mais clara se
considerarmos que face ao número total de exames em 2020 tivemos 6.8% com notas
máximas e 2.6% em 2019.
Em condições, por assim dizer, normais, estes dados seriam
motivo de satisfação. No entanto, são motivo de dúvida face ao que podem
significar como é notório na peça do Público sobre estas matéria que apresenta diferentes leituras.
Tal divergência de entendimentos também não se estranha, os
exames de há muito constituem matéria de divergência, seja pelo seu número,
tipologia, conteúdos e grau de dificuldade percebida, organização e extensão ou outra dimensão que possa advir de uma qualquer agenda.
A verdade é que numa perspectiva de desenvolvimento é sempre
importante analisar resultados e procurar ajustamentos.
Como escrevi quando foram divulgadas as médias por
disciplina o problema é como poderemos “ler” os resultados mais positivos desta
época de exames que podemos considerar atípica.
Os alunos terão mais conhecimentos que em épocas anteriores?
Decorrem da realização de um menor número de provas o que,
segundo alguns, dará mais tempo para a preparação?
Decorre de um eventual menor grau de dificuldade?
Decorre da estrutura das provas com a introdução de questões
de resposta opcional?
A ordenação dos alunos de acordo com estes resultados tem
equidade e robustez fiáveis?
Cumprem de forma adequada a sua função essencial, regulação
externa e ordenação dos alunos?
Lamento mas, apesar de também ter alguns "achismos", não tenho resposta definitiva para todas estas questões. No entanto tenho a certeza que na
próxima época de exames voltaremos a elas. É o destino, independentemente das
circunstâncias.
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