domingo, 19 de julho de 2020

SETEMBRO ESTÁ QUASE AÍ


Foi aprovado no último Conselho de Ministros a autorização do investimento de 400 milhões de euros fara financiamento de anunciado programa Escola Digital integrado no Programa de Estabilização Económica e Social e destinado à aquisição de computadores e ligação à Internet para as escolas públicas.
A iniciativa Escola Digital, para além da compra de computadores e de serviços de ligação à internet para escolas e alunos, tem ainda como objectivos desenvolver a “capacitação digital dos docentes” e a desmaterialização dos manuais escolares.
Numa primeira fase serão os alunos abrangidos pela Acção Social Escolar
Numa altura em que as incertezas sobre como se iniciará o próximo ano lectivo, cujo arranque está a menos de dois meses, são muitas as escolas preparam a possibilidade de recorrer mesmo que parcialmente a ensino não presencial pelo que a aposta em recursos digitais vai no caminho certo.
Não possuo dados que me permitam a avaliar da suficiência da verba, mas considerando que se destina à aquisição de equipamentos e dispositivos de acesso à net para milhares de alunos e, certamente dezenas ou centenas de escolas, à promoção da “capacitação digital dos docentes” e a ainda à desmaterialização dos manuais, me pareça claramente aquém das necessidades para resposta imediata aos milhares de alunos que ficaram mais distantes das escolas no ano lectivo que agora termina.
Por outro lado, ainda com sérias pelas dúvidas sobre a real possibilidade de se cumprirem regras de segurança sanitária em todas as escolas e para os diferentes anos de escolaridade, sobretudo o 1.º e 2.º ciclos, na educação pré-escolar e resposta aos alunos com necessidades especiais, os grupos em que se reconhece maior impacto negativo do E@D de emergência experienciado este ano, julgo necessário que se vão conhecendo algumas orientações mais precisas que mantenham, tanto quanto possível, as famílias, os alunos e os docentes, informados e preparados.
Neste sentido, era importante perceber o que em termos reais significarão os anunciados 125 milhões de euros destinados à contratação de “mais professores, pessoal não docente e técnicos especializados”, como psicólogos e “assistentes sociais e mediadores”. Serão contratados mais 500 assistentes operacionais e 200 assistentes.
Qual o real impacto do aumento de 25% no crédito horário das escolas?
De que modo será operacionalizada a anunciada intenção de triplicar o programa de apoio tutorial específico e alargá-lo aos alunos do ensino secundário? Até agora este tipo de apoio era destinado a alunos com pelo menos duas retenções e no próximo ano poderá apoiar alunos na primeira retenção.
Retomo algumas ideias que já aqui expressei e que me parecem importantes considerando a forma como este decorreu.
Ainda não percebo muito bem a definição das cinco semanas como tempo de recuperação e consolidação de aprendizagens. Considerando a diversidade de situações no número e na tipologia aconselham a que sejam as escolas a avaliar as necessidades e com os recursos necessários definir planos e dispositivos de apoio que dificilmente creio que possam “caber” nas primeiras cinco semanas lectivas.
Julgo que seria de redefinir, não só por medidas de saúde pública, o número de alunos por turma e ou a constituição de grupos para trabalho tutorial. Reforçar os dispositivos de apoio específico a alunos com necessidades mais acentuadas e a alunos com necessidades especiais reforçando os recursos das EMAEI.
Apesar de ser parte interessada parece-me claro a necessidade de reforço de profissionais de psicologia da educação.” O que agora foi anunciado vai neste sentido, mas aguardo para ver.
O início do ano lectivo está a menos de dois meses e as dúvidas são muitas o que torna ainda mais necessário, ainda que difícil, conhecer, se possível para recorrer a uma expressão em uso, como vamos começar as aulas, com que orientações, com que recursos, com que …

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