É consensual que apesar do
esforço gigantesco de professores e escolas realizado na resposta de emergência E@D e do
apoio da iniciativa #EstudoEmCasa através da RTP foram muitos os alunos cujo processo
educativo ficou comprometido assim como se acentuaram as desigualdades.
Este processo decorre de
múltiplas variáveis, literacia familiar (digital e global), condições
sociodemográficas, recursos informáticos, acesso à net, necessidades específicas dos alunos, etc.
O ME já anunciou que as primeiras
cinco semanas do próximo ano lectivo serão destinadas à recuperação e (ou) consolidação
das aprendizagens não realizadas. Como já disse, estranho a definição temporal
pois deveriam ser as escolas e os professoras a avaliar necessidades, mas
compreendo a intenção.
A propósito de recuperação no DN
encontra-se uma peça curiosa. Os centros de explicação, que por regra estariam
encerrados em Agosto, estão a sentir grande procura e pressão para que estejam
em funcionamento durante as férias escolares.
Nada de estranho, vivemos numa
sociedade em que cada problema é uma oportunidade de negócio.
A questão é que o acesso a esta “ajuda”
tem custos que para muitas famílias são incomportáveis e a situação que se vive
tem também impactos muito significativos no rendimento dos agregados
familiares.
Neste cenário, mais uma vez e
como sempre, as desigualdades são alimentadas, quem tem meios recuperará e
consolidará aprendizagens, quem não … esperará pelas cinco semaninhas iniciais
do próximo ano lectivo e dos recursos anunciados.
Acredito que, tal como a partir
de Março aconteceu, professores e escolas vão, de uma forma geral “dar o litro”
pelos miúdos.
Mas também acredito que só a
escola pública de qualidade garante equidade e igualdade de oportunidades. Para
isso precisa de recursos humanos, espaços e equipamentos.
Aqui não se pode falhar, é o futuro que está em causa.
Aqui não se pode falhar, é o futuro que está em causa.
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