É sempre difícil ser juiz em
causa própria. No entanto, atrevo-me a dizer que me considero um tipo com algum
sentido de humor e gosto de me rir, com e de.
Mas se existe algo que me abespinha mesmo é a onda de “engraçadismo” que invade a comunicação social. O humor é uma
coisa o “engraçadismo” é outra coisa bem diferente e profundamente irritante.
Para quem conhece o ambiente de
muitas salas de aula é um clássico, o miúdo esperto que adora lançar piadas sem
piada, fazer cenas bué d’engraçadas apenas para chatear o "setôr", para se
rir muito de si mesmo e, sobretudo, para que o seu grupo de apoiantes se ria e
o ache "mesmo fixe", mesmo esperto.
Também em casa conhecemos o mesmo
estilo, “armar” em engraçado sem graça.
Mas o que me tira do sério são os
adultos que cultivam o “engraçadismo” convencidos do seu enorme humor. Esta
síndroma afecta até … humoristas. Dois rapazes que antes faziam humor
integrados no Gato Fedorento dedicam-se agora ao engraçadismo nas páginas do
Observador, textos sem graça ou humor pejados de preconceitos e alarvidades que
a liberdade de expressão e a agenda que servem lhes permite, felizmente, e que a liberdade de
opinião, felizmente, também me permite escrever
que nos putos tolero, faz parte do crescimento, nos adultos irrita, é muito
umbiguismo para o meu gosto.
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