Os tempos excepcionais que atravessamos têm um impacto muito
forte na generalidade das pessoas. No entanto e como em todas as circunstâncias,
mesmo em termos de maior tranquilidade, os grupos mais vulneráveis pagam também
um preço mais elevado em épocas de dificuldade.
Estas outras faces da Lua, não sendo tão visíveis, são da
maior importância pelo nível de mal-estar e sofrimento que podem implicar. No
Público de hoje aborda-se a questão das famílias com crianças, jovens ou
adultos com necessidades especiais.
Considerando a área em que me movo, a educação, já aqui
tenho falado da necessidade de estarmos atentos e procurar minimizar o risco de
que as respostas estruturadas no âmbito do “ensino à distância” com o apoio do
#EstudoEmCasa não deixem os alunos com necessidades especiais mais distantes da
educação escolar e em circunstâncias muito pesadas para as famílias.
No entanto, a questão é mais complexa, desde a segunda quinzena
de Março, para além das escolas, encerraram outras estruturas de apoio como centros
de actividades ocupacionais, os centros de atendimento, acompanhamento e
reabilitação social ou outros serviço de apoio a crianças, jovens e adultos com
deficiência, Também acontece que as equipas de Sistema Nacional de Intervenção
Precoce não se deslocam às escolas, instituições ou residência dos alunos.
Mantêm-se em funcionamento lares, residências autónomas e a prestação de algum
serviço domiciliário.
Algumas instituições estão a tentar encontrar formas de
minimizar a situação, mas, como é evidente, é uma tarefa de enorme dificuldade
e exigência. As famílias sentem inúmeros receios e lidam com enormes constrangimentos
Costumo afirmar que os níveis de desenvolvimento das
comunidades também se aferem pela forma como lidam com os problemas de grupos
sociais minoritários. Em situações muito duras e de maior risco é ainda mais
necessário que esses problemas não sejam esquecidos e que tentemos, tanto,
quanto possível, ir um pouco mais longe no apoio e suporte mesmo que seja, também,
à distância.
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