Ontem durante uma conversa com uma jornalista abordou-se a
questão que aqui muitas vezes já tenho referido, o risco significativo de
alguns alunos, por várias razões, poderem ficar para trás no que respeita à
escola.
Apesar do esforço gigantesco de professores e escolas trazer
a escola para dentro de casa dos alunos é uma tarefa impossível.
Como já tenho dito, a escola tem de chegar, mas não pode
chegar … igual ou quase ainda que variando suportes.
É verdade que muitas situações estarão a correr bem ou, pelo
menos, de forma positiva.
No entanto, conhecem-se também muitos relatos e referências,
quer de pais, quer de professores, à dificuldade manter os alunos ligados e
envolvidos nas tarefas escolares propostas, referindo situações de abandono
crescente.
Lembro-me da música dos Rio Grande, “A fisga”.
“Trago a fisga no bolso de trás
E na pasta o caderno dos deveres
Mestre escola, eu sei lá se sou capaz
De escolher o melhor dos dois saberes
(…)
Não, em número que temo crescente até ao fim das aulas
muitos alunos, por diferentes razões, não vão ser capazes de “escolher o melhor
dos dois saberes”.
O que podemos fazer para ajudar na escolha? Como estamos a
planear o próximo ano para ir buscar os que ficaram com a fisga?
O caderno de encargos é pesado e difícil.
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