São tempos estranhos. Estamos na Páscoa.
Hoje não ouviremos referências aos “constrangimentos do intenso
trânsito devido ao regresso dos portugueses das miniférias da Páscoa” ou a também
clássica “muitos portugueses aproveitam as miniférias para
procurar o sol algarvio ou matar saudades dos familiares à volta do
tradicional borrego”.
Não, também não ouviremos aquelas entrevistas patéticas aos
turistas em miniférias da Páscoa ou aos agentes do turismo a sublinhar a boa
taxa de ocupação.
Decididamente, este ano temos uma Páscoa diferente, também sem
as cerimónias habituais cerimónias religiosas com assistência dos “fiéis”. Será
uma Páscoa para mais tarde recordar como, aliás todo este período.
Muitos de nós trabalhamos ou “simplesmente” ficamos em casa
confinados, um termo que seguramente não vamos esquecer tão depressa.
Muitas outras pessoas trabalham duramente para que nas nossas casas
não falte o essencial ou para que nos sintamos em segurança. Alguns outros lutam
heroicamente pela nossa saúde e bem-estar. A estes portugueses devemos um
enorme agradecimento e o reconhecimento da grandeza gigantesca do seu trabalho.
Ainda uma referência às famílias que já tropeçaram com “o
bicho” e que estão a procurar recuperar a saúde ou a lidar com o luto da perda.
Muita gente está a passar por enormes dificuldades com abaixamento
ou perda total dos rendimentos que garantem a sobrevivência. Não podemos falhar
no apoio a estas pessoas que lhes garanta um mínimo de bem-estar e dignidade e a
definição de um caminho que nos conduza a tempos melhores. A História não nos
perdoará.
Ainda assim, Bom Domingo de Páscoa
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