Cumprem-se hoje quatro anos em que entrei pela segunda vez
no mundo mágico da avozice. O meu neto Pequeno, o Tomás, faz anos.
São tempos de avozice confinada e, por isso, também mais
duros. É verdade que temos e ainda bem o suporte digital, mas, como tantas vezes tenho
escrito por estes dias, estar à vista não é estar próximo, ao alcance de uma
festa ou de um abraço.
Também é verdade que os olhos aos quatro anos vêem o mundo
de forma diferente. Há dias, eu estava de conversa com o Simão, seis anos, sobre
os seus tão adorados projectos de construção em Lego e ele tinha o telemóvel
debaixo da cama e assim dialogávamos. Chegou o Tomás, também se deitou no chão e
diz-me, “avô tu estás debaixo da cama a fazer o quê?”.
Não tive tempo de ir procurar nos livros qual seria a melhor resposta
e ele também não precisou (uff!), começámos a conversar enquanto o Simão desenvolvia o
projecto.
Não vamos ter a festa de aniversário, vamo-nos ver e falar e,
certamente, cantar os “Parabéns” para que ele sopre as velas, provavelmente também
com a ajuda o sopro do Simão. Não, não é a mesma coisa, é a vida possível nos
tempos que atravessamos.
Mas está prometido Netos, quando o bicho se for embora vamos
fazer uma festa grande e trocar abraços, palavra de Avós.
E são, também assim, os dias de uma avozice confinada.
E são, também assim, os dias de uma avozice confinada.
Sem comentários:
Enviar um comentário