O lagar abriu e começou a lida da
azeitona no Meu Alentejo. Este ano a produção parece um pouco mais baixa embora
a manhã tenha rendido. A água tem sido pouca por cá no Alentejo e as oliveiras
não beberam. Dois fins-de-semana devem ser suficientes pelos cálculos do Mestre
Zé Marrafa.
A apanha da azeitona pelo método
tradicional é coisa brava, e o tempo quente para esta altura do ano não ajuda. Os
braços e sobretudo as costas estão moídos de varejar e carregar mas
impressionante mesmo, é ver a resistência do Velho Marrafa, homem perto dos
oitenta anos. Felizmente, este ano contamos com a ajuda do Rui e do Jorge que “aceleram”
a lida.
Lá para o fim da tarde volto ao
lagar para pesar e entregar e … amanhã continua.
Algum tempo de espera no lagar
passa-se nas lérias e os temas de conversa vão surgindo mas quase sempre, não
podia deixar de ser, andam à volta dos enleios e das molengas em que a vida da
gente se transformou e da pouca rentabilidade que tanto trabalho dá.
Acho que só lá para o fim de
Janeiro, quando voltar ao lagar para buscar o azeite, com o ambiente quentinho
das enormes salamandras que impede o azeite de coalhar e o cheirinho
inconfundível do azeite novo é que me vou esquecer das agruras da apanha da
azeitona que continuará, espero, para a semana.
Prometo não me queixar mais e …
tenho que voltar à lida, já deve haver azeitona para ensacar e carregar com o
tractor.
São também assim os dias do Alentejo.
São também assim os dias do Alentejo.
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