Alexandra Leitão, recém-promovida
a Ministra da Modernização
do Estado e da Administração Pública, afirmou em entrevista ao Público de ontem
que no âmbito de uma intenção de valorização dos funcionários da administração
pública serão criados incentivos à assiduidade como forma de combater a existência
de níveis altos de absentismo.
Também me parece interessante a valorização dos funcionários
mas tenho para mim que se seria mais importante perceber as razões para o
eventual excesso de absentismo e das duas uma, ou é genericamente justificado e
regulado e há que adequar os recursos dos serviços ou existe um nível
significativo de absentismo mal justificado, baixas médicas fraudulentas e deve
combater-se de forma eficiente.
Temo que criar incentivos à assiduidade, só por si, possa substituir o absentismo pelo “presentismo” que é uma característica da
cultura de muitas organizações, públicos e privadas.
Dito de outra maneira, o
funcionário, agora diz-se o colaborador e a colaboradora, deve estar presente no
local de trabalho preferencialmente por períodos horários para além do que
seria normal e desejável, mesmo que não esteja a fazer nada de relevante, mesmo que não
seja necessário ou não esteja em condições e mesmo que a sua eficiência fosse superior se recorresse a outros modelos de organização do trabalho, tele-trabalho ou "home working", por exemplo. O importante é estar presente. Existem,
naturalmente excepções que têm nomes interessantes como “isenção de horário”,
situações que com frequência são atribuídas a quem gere e promove o “presentismo”
dos colaboradores e colaboradoras.
Creio que boa parte de nós já
passou por situações desta natureza.
A questão, está mais do que
identificada, mais horas de trabalho não significa melhor trabalho.
Como é evidente estas notas não pretendem desvalorizar um eventual excesso em matéria de absentismo.
Como é evidente estas notas não pretendem desvalorizar um eventual excesso em matéria de absentismo.
Sem comentários:
Enviar um comentário