domingo, 23 de setembro de 2018

EVIDÊNCIA


Durante este fim-de-semana parte do qual dedicado à leitura de evidência fiquei com algumas dúvidas, o que fazemos com a evidência é uma delas.
É muito frequente ouvir sustentar aquilo que se afirma com a evidência, ou seja, a evidência torna as coisas evidentes.
Nesta perspectiva algumas evidências assim simples, sem grande sofisticação.
Não é por gritar muito com as crianças que elas falam mais baixo ou se calam. É evidente.
Não é por lhes bater com regularidade que as crianças aprenderão comportamentos adequados. É evidente.
Não é por passarem mais tempo na escola que as crianças aprenderão mais. É evidente.
Se quase sempre dissermos “sim” às crianças é bastante mais difícil que elas aprendam e integrem o imprescindível “não”. É evidente.
Não é por trabalharem muito e muito tempo que as crianças trabalham melhor. É evidente.
As crianças não estão sempre distraídas, às vezes estão concentradas noutra coisa. É evidente.
As crianças, como toda a gente, precisam de sentir que os outros confiam nelas e acreditam nas suas capacidades. É evidente.
Não existem duas crianças iguais, são todas diferentes. É evidente.
A qualidade da educação não se avalia apenas pelos resultados escolares. É evidente.
No nosso tempo, o insucesso na escola vai ser muito provavelmente o primeiro insucesso da vida. É evidente.
Se tudo isto e o que mais aqui poderia estar é tão evidente por que razão tantas vezes isto parece esquecido?

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