Nuno Crato deixa milhares de alunos sem ensino musical
A formação de maior profundidade
em áreas como a música, as artes expressivas em geral ou o desporto, por exemplo,
não pode ser, por razões óbvias de recursos e competência, providenciada de
forma generalizada pelas escolas públicas.
Nesta conformidade, o trabalho
desenvolvido na área do ensino da música e da formação musical pelos
conservatórios privados é, evidentemente, serviço público e por isso
imprescindível a um sistema educativo global, multi-dimensionado e com uma perspectiva
adequada da educação, do desenvolvimento e da formação integral dos indivíduos
orientada para diferentes áreas do saber e do fazer.
Não se compreende assim os cortes
brutais nos apoios do MEC ao funcionamento dos conservatórios privados que
levarão a que milhares de alunos corram o sério risco de deixar de ter acesso a
esta área de formação.
Sabemos também que a formação,
nesta como noutras áreas, deve ocorrer desde as primeiras idades, não pode
esperar que os anos passem e que se reúnam condições para então aceder ao
ensino da música.
Eu sei que os recursos são
finitos mas políticas adequadas estabelecem prioridades adequadas.
Não investir em formação, em
formação nas diferentes áreas, não é uma forma de poupar dinheiro, é uma forma
de desinvestir no futuro a troco de quase nada no presente.
Um Ministro da Educação e da Ciência
deveria saber disto.
A questão é que uma visão redutora
e instrumental do que é educação, “o ensino das matérias estruturantes”, transforma em acessório dispensável tudo o que não caiba na estreiteza deste
olhar. Agora foi o ensino da música.
Perdemos todos.
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