Somos um país de emigrantes de há
séculos pelo que este movimento de partida, só por si, não será de estranhar
embora preocupe pelo volume e conjuntura.
Na verdade, creio que é
preocupante constatarmos que se durante muitos anos a emigração se realizava na
busca de melhores condições de vida, agora a emigração realiza-se à procura da
própria vida, muita gente, sobretudo jovens não tem condições de vida, tem nada
e parte à procura, não de melhor, mas de qualquer coisa.
Este vazio que aqui se sente é
angustiante, sobretudo para quem está começar, se sente qualificado e com o
desejo de construção de um projecto de vida viável e bem-sucedido.
De todo este cenário, resulta o
retrato de um país pobre, envelhecido, onde poucos querem fazer nascer
crianças, donde muitas pessoas partem, fogem, à procura de uma vida que aqui
lhes parece inacessível.
E o futuro? O futuro não mora
aqui. Ei-los que partem, velhos e novos.
Virão um dia ... ou não.
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