Após as férias aconteceu o retorno
formal à lida profissional. Foi um excelente recomeço, um encontro com umas
largas dezenas de professores do concelho do Cadaval.
O pretexto para a conversa foi a
indisciplina em meio escolar e eu lá vou cumprindo o melhor que posso a minha
penitência, falar sobre a indisciplina para tentar expiar os pecados acumulados
numa carreira de aluno indisciplinado.
Não me orgulho do “currículo” mas
também não posso apagá-lo, resta-me umas desculpas tardias aos professores,
alguns, com quem me cruzei nesses anos. Refiro alguns porque, como todo
sabemos, a generalidade dos alunos indisciplinados não são igualmente
indisciplinados com todos os professores. Aliás, com muita frequência “esquecemos”
ou não estamos atentos ao que pode justificar um “melhor” comportamento com
alguns docentes e continuamos centrados no “mau” comportamento evidenciado com
outros. Reflectir sobre a primeira situação pode ajudar a entender a segunda.
No entanto, esta nota decorre de
um comentário de um professor a intervenção que gostava de partilhar.
Estando em conversa os apoios (a
falta deles) aos professores e às suas dificuldades de natureza variada nestes
tempos complexos o colega referia que se notava a falta da “sala de professores”.
No seu entendimento, por razões
múltiplas, organização e funcionamento das escolas, mudanças pouco adequadas
nos currículos e nos tempos lectivos, burocracia excessivo que asfixia os
professores quase desapareceu das escolas esse espaço, a “sala de professores”.
Nelas se falava das dificuldades,
das angústias, do que corre bem, dos miúdos e das actividades. Era, insistia o
colega, um espaço informal de conforto, de apoio, de “troca” que está vias de
extinção e que tanta falta ele acha que faz.
É uma perspectiva que me parece
curiosa e que merece, creio, alguma reflexão.
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