Conforme já tinha sido anunciado
o MEC divulgou hoje que os resultados do Preliminary English Test vão
contribuir para a nota final dos alunos do 9º já a partir deste ano lectivo. Os
resultados deste ano, melhores do que o ano passado, mostraram que cerca de 62%
dos alunos ficaram aquém dos níveis esperados para o 9º ano.
Como é habitual na retórica do
MEC as escolas, no uso da sua autonomia (qual?) decidirão
qual o peso do exame de Inglês na nota final no intervalo 20 a 30% embora possam definir outro peso com
fundamentação adequada.
Quando a intenção foi anunciada,
em Julho, Conselho das Escolas recusou a oferta de "autonomia".
"As escolas têm autonomia para definir o peso das provas internas, que são
da sua responsabilidade. Se a prova é da responsabilidade de entidades
externas, devem ser essas a definir" defendeu na altura o dirigente do
Conselho das Escolas. A ver vamos.
Esta decisão dá outra solidez à
PPP entre o MEC, Cambridge e outras estruturas privadas que, generosa e
desinteressadamente, contribuem para a parceria público-privada.
Dada a aparente relação mágica de
Nuno Crato com os exames porque não instituir um exame nacional de Inglês, como
existe para Português e Matemática, e inscrevê-lo na "rotina" de
escolas alunos e professores?
O MEC já informou que o montante
pago pelas famílias, no âmbito da escolaridade obrigatória para um exame que é
obrigatório cobre os custos do PET embora este ano a coisa não tenha corrido
bem pelo que, provavelmente, o MEC terá de suportar os custos.
No entanto e não será por acaso
que o IAVE recusa divulgar os custos da PPP, que os vários parceiros não falam
sobre o assunto e ninguém esclarece porque mistério os recibos do pagamento dos
certificados solicitados pelas famílias, (bem menos do que o esperado dada a
sua quase inutilidade), têm sido passados pela Fundação Bissaya Barreto, algo
de estranho numa iniciativa do MEC através do IAVE.
A Fundação empurra a explicação
para o IAVE que ... não explica.
Recordo que há algum tempo também
divulgado que o IAVE terá enviado emails aos professores referindo a
possibilidade de acederem a um desconto na Livraria Britânica, se publicitassem
alguns manuais preparatórios do Preliminary English Test.
Toda esta situação é bastante
curiosa mas, lamentavelmente, não traz nada de novo. Como todos sabemos e
reconhecemos o universo das PPPs em Portugal é tudo menos transparente.
Assim sendo, também não seria de
esperar que a PPP que envolve a realização do teste de Inglês que de pouco
serve, não convence as famílias, destrata os professores e perturba as escolas,
fosse clara e transparente.
Of course.
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