segunda-feira, 13 de outubro de 2008

MILAGRE, PRECISA-SE

Eu devo caber seguramente na categoria imensa dos que, de vez em quando, têm que ouvir a mítica “é a economia, estúpido”, pois tenho alguma dificuldade em entender certos fenómenos. Não devo ter percebido, mas a coisa parece-me mais ou menos assim, quando tudo corre bem, os negócios e as especulações, a banca lucra, muito, paga alguns impostos, pouco, e está tudo certo. Quando a coisa começa a complicar-se, os bancos ficam aflitos e o estado ajuda, com os meus impostos, a tapar os buracos que maus negócios e especulação alucinada produzem. Tudo isto para me proteger a mim. É, não devo mesmo ter entendido esta cristã atitude de ajudar os mais necessitados, os bancos.
Ainda a propósito da crise e de Igreja, esta, pela voz do Bispo de Leiria e Fátima, vem agora insurgir-se com os “escandalosos” “sistemas de remuneração e gratificação dos dirigentes de instituições financeiras”, que “contribuíram para a actual crise”. Registo a preocupação, mas preferia tê-la ouvido há mais tempo e envolvendo alguma opulência e ostentação que atinge a própria igreja que também começa a sentir os efeitos da crise, vendo diminuir significativamente as “esmolas” deixadas pelos fiéis nas missas dominicais. Ainda na mesma linha de preocupações, os comerciantes de Fátima queixam-se de como o “merchandising” dos Pastorinhos já não rende. Que tal esperarmos por um milagre?

1 comentário:

Anónimo disse...

Talvez chegue o "arranja moinhos" e consiga consertar o que há muito não tem conserto...