quarta-feira, 1 de outubro de 2008

CÁ SE FAZEM, LÁ SE PAGAM

Claro que todos vão dizer que nada de ilegal se verifica, alguns até dirão, como a Vereadora Sara Brito, da Câmara de Lisboa, que os seus valores éticos não estão em causa, que apenas se trata da sua carreira profissional, etc. Mas não é fácil entender que no processo de renegociação da concessão à Lusoponte da gestão e exploração das travessias rodoviárias do Tejo, os interesses da empresa vão ser defendidos por Jorge Coelho e Ferreira do Amaral, dois ex-ministros das obras públicas que, aquando do exercício dessas funções, negociaram, representando o estado, os contratos em vigor. É óbvio que este processo tem a maior das transparências, um ministro negoceia um contrato com uma empresa na qual, tempos depois, vai ocupar um lugar de topo. Também certamente por coincidência e sempre dentro da máxima legalidade, o Tribunal de Contas, através de auditoria realizada, arrasa as decisões do Estado e o Acordo Global com a Lusoponto, sublinhando que a empresa tem ficado sempre em posição altamente favorável. É pois natural e justo que um bom trabalho mereça retribuição à altura. Veremos então qual vai ser o resultado da próxima renegociação.
No meio de isto tudo, só me escapa a estranheza que a muitos políticos causa os resultados de estudos que evidenciam a baixa representação e confiança que o cidadão deposita na generalidade da classe política. Estão à espera de quê?

Sem comentários: