sexta-feira, 10 de outubro de 2008

CONSCIÊNCIA TRANQUILA

Nos últimos tempos sempre que me sento a olhar para a realidade e tento trazer para aqui um pedaço dessa realidade para servir de pretexto para a conversa, parece inevitável fugir às implicações da crise e do genérico e preocupante mal-estar económico que se instalou. No entanto, para além desta grave situação e porque penso que tudo está fortemente ligado, sou sempre hipersensível ao mal-estar ético. Depois de há alguns dias a vereadora Sara Brito afirmar “que os seus valores nunca foram postos em causa” por ocupar durante vinte anos uma casa providenciada pela Câmara de Lisboa por uma renda baixíssima, leio hoje que a Presidente da Câmara de Felgueiras, Fátima Felgueiras, não se considera perfeita, e está de consciência tranquila, Fiquei também a saber que Isaltino de Morais anunciou já a sua recandidatura a mais um mandato na Câmara de Oeiras enquanto continua a decorrer o processo por corrupção e enriquecimento ilícito.
Valores, consciência tranquila, ética etc. significarão o quê para esta gente? É certamente por responsabilidade nossa que estes exemplos de cidadania ocupam as funções que ocupam. Fomos nós que os elegemos. Por isso é que eu não tenho a consciência tranquila.

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