Estive quase a resistir mas não consegui. A notícia da venda de 15 veados por parte da Câmara da Nazaré já era algo de interessante, mas o facto de nenhuma oferta de compra ter aparecido à primeira tentativa foi algo de notável.
No pleno uso das suas competências, anda uma autarquia laboriosamente a criar veados para que a sua venda possa contribuir para as depauperadas finanças e, afinal de contas, as contas ficam a zero, ninguém se interessa por veados.
Tal situação era absolutamente incompreensível. A criação de veados pelas autarquias tem sido um sucesso nos últimos tempos pelo que se torna ainda mais difícil entender a inexistência de interessados nos veados criados na Nazaré.
Que mistério ou particularidades teriam os veados da Nazaré que os não tornavam apetecíveis aos compradores?
Será que a ausência de interesse já seria uma consequência dramática da crise e da retracção do consumo?
Desenhou-se uma situação complicada. Quando se fala da redução de verbas para as autarquias e nem a criação de veados parecia já constituir-se como fonte de rendimento, os tempos adivinham-se conturbados.
No entanto, finalmente conseguiu-se. A persistência é, quase sempre, compensadora. Os veados foram finalmente vendidos. Recorrendo-se à venda dos veados por grupos, lotes, como lhes chama a notícia, os cofres da autarquia, certamente depauperados pela austeridade que por aí vai, receberam 3 000 euros. Ainda bem. O presidente do município afirmou que esta passará a ser uma prática sistemática. Muito bem, as boas práticas são sempre de divulgar e replicar.
Aqui está um bom exemplo de uma notícia típica do país feliz, aquela terra onde acontecem coisas.
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